quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Poema - Helena Schopenhauer

Inventei um jeito de sair do tempo
Com o relógio da parede
Foi só arrancar os ponteiros
Estavam parados
e era preciso limpar com força e vontade

Lavar cada número com um pano molhado
Não havia água e eu usei saliva
Não ficou muito limpo
Deu para apagar a memória

Era o mais importante

Agora que não tenho mais passado, terei futuro?
Desde que estou aqui com minha janela quadrada e
os que passam para todos os lados o dia todo como loucos
sei que estou fora do tempo

Quem ainda precisa disso?

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