quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Poema - Helena Schopenhauer

Inventei um jeito de sair do tempo
Com o relógio da parede
Foi só arrancar os ponteiros
Estavam parados
e era preciso limpar com força e vontade

Lavar cada número com um pano molhado
Não havia água e eu usei saliva
Não ficou muito limpo
Deu para apagar a memória

Era o mais importante

Agora que não tenho mais passado, terei futuro?
Desde que estou aqui com minha janela quadrada e
os que passam para todos os lados o dia todo como loucos
sei que estou fora do tempo

Quem ainda precisa disso?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Perfume

Qual a raiz da palavra perfume?


Alguém sabe, eu não sei, mas ela tem um perfume francês... Senão, como explicar este denso bouquet que enebria a mente dos homens, quando ela flana pela porta adentro e minha mente se mistura a da multidão?

Oh, doce pele que recebeste as borrifadas secretas de Válise então como compreeder tal combinação? Ele, o perfume, ela a pele. Nós, sua audiência turbinada de emoções, que esperamos este momento mágico quando ela passa descendo a escada em caracól desse Teatro.

Bom, a pele guarda a memória de todos os perfumes e poucos foram os afortunados, um ou outro, que no seio da amada esperou e desceu esta cornucópia de sentidos espirituais. Se disserem que estavam sonhando acredite; ontem quando adentrei seus lençóis senti algo profundo, embalado pela suas lânguidas mãos encontrei em seus sortilégios um caminhar de ponta a ponta na memória de sua pele, camadas, cherando, fungando, aprofundando meus sentidos, senti, abriu como fossem portas celestiais, de tempos, desde moça, bem moçinha todos os seus perfuminhos, ah, estou louco pensei, mas ela em delírio com seus olhos me acompanhavam noite adentro entregando-me seus fartos seios e abrindo os portos de meus intenso sentidos...

... fui, dirá o nosso nariz andarilho, chave e segredo de um desejo imantado de flores e perfumes primaveris, e agora, com toda esta chuva, um cheiro ocre de terra levanta poeira no terreno atrás de casa anunciando o verão; e a memória da pele dela continua na membrana de minha memória, como um cão eu sofro, de longe, na porta entre-aberta.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Outravez Otário!

Caiu no Conto do Vigário...

... o mundo virtual continua pegando peças nos lesados de plantão!

"Desconfie de preços muitos baixos", diz o consultor alertando!

Para bom começo de conversa sabemos que a busca continua: encontre tudo pela internet, esta é a senha para um mundo confortável que pensa tudo a partir do lar.

É ai que a cobra fuma.

Mas não é só o golpe baixo dos sites fakes, tem golpe para todos os gostos, pornografia também, e muita: 90% dos usuários do Second Life estão lá "caçando". Como não é novidade pra ninguém temos tanta sacanagem na internet que os "velhos", ou anciãos, de uma tribo cigana decretou: - A Internet é coisa do diabo!

Com certeza... vicia, faz bem, faz mal... também ajuda a humanidade toda a se comunicar, não é legal?

A sorte de uns (no caso os mais jovens, que vivem esta experiência), é a tortura de outros, que não vêem na ferramenta uma possibilidade real de transformar a sociedade - ENTÃO, consumistas consumados, CAIAM no golpe, encham seus "PCs" de vírus, paguem um pau pro Bill Gates, mordam a isca dos estrumes publicitários, votem nas enquetes dos fascístas e entrem para as comunidades pseudo-interessantes, ou seja, o mundo é perfeito, o virtual mais perfeito ainda (agora sabemos de fato quem são vocês) - os paga-pau-de-plantão que usam seus cartões VISA/MASTER para ter um fotolog cheio de publicidade - PAGUEM, CONTINUEM PAGANDO: - Outravez Otário!