sábado, 28 de janeiro de 2012

Ás vezes um poema é o beijo que chega antes da boca. (sv)

"Ás vezes um poema é o beijo que chega antes da boca". (poeta Sérgio Vaz)

Outra vez
Outra vez
Abri meu coração
Em passos lentos caminhei
Outra vez, mas agora, nada senti

Você me alcançou antes
(Infinito)
Abri meu coração e ouvi, ouvi
Seus passos lentos,

Agora, nunca existiu, seus lábios
seus lábios

outra vez.

sábado, 22 de outubro de 2011

Resenha crítica do filme "A Estrada"

Recentemente, comentei aqui que havia iniciado a leitura do livro "A estrada", de Cormac McCarthy, essa semana que passou levei o filme sobre este livro, para passar aos alunos do 3º ano. Eles gostaram muito, e solicitei a eles uma resenha de modo que eles me dissessem o que haviam compreendido do filme. A leitura do livro e o filme deixou me com a impressão que estava diante de uma obra que, embora pareça haver pouco relevância, em filme com temas de catástrofes, este trabalho reflete um espírito marcadamente atual. O fim do mundo, seja por resultado da ação do homem, ou por causas naturais, é o pano de fundo de um tempo que ainda não se acostumou a conviver com as diferenças. O contemporâneo e o "passado", como outro tempo, mas a seu cargo o significado histórico que estamos presos, fez nos todos esvaziados de uma meta, como por exemplo, afirma Fukuyama, em seu “The End of History?” (1989). O fim de uma narrativa coletiva, que dava o sentido de projeto histórico ao homem, depois de revelada sua impossibilidade factual, com a derrocada do mundo soviético, naquele mesmo ano, colocando a contento que o presente se tornara o puro devir, aonde caberia a todos a indagação sobre os limites do seu corpo vivo, se impôs como forma ética e política sobre as agendas de governos, mas também, ao homem comum. Uma educação para este novo viver, aonde todos tem responsabilidade direta, não apenas no comezinho cotidiano do nosso viver, mas também pela ação direta do ato político do voto, como forma de representar-nos no espaço público, super-dimensionado no modelo adotado pelas democracias no ocidente, ainda não foi inventada.
As experiências e valores compartilhados por pai e filho, neste livro maravilhosamente triste, agora rodada em película, são como uma cálice de angustias, de dois mundos, aonde sonhamos com uma estrada que pudesse de fato salvá-los de si mesmos.
O filme, estrelado por Viggo Mortensen no papel do pai, com a surpreendente atuação de Robert Durvall, astro de "Apocalypce Now" (1979), como o velho andarilho da Estrada, revelasse pelas aproximações um daqueles filmes ícones, que devem entrar em nossas videotecas, pois faz uma espécie de homenagem a Costa Gavras, com seu "La Petite Apocalypse" de 1992. Menos pela estética do mestre grego e sim por temas como a política e a dor gerada por regimes totalitários. "O nome de Costa Gavras está·associado à consciência polÌtica, devido ao seu espirito desafiador e a sua responsabilidade social, qualidades que imortalizou em seus filmes", como lemos em "O Olho da História - Revista Eletrónica Edição Nº 7", que mostra que "suas obras não são panfletos políticos, mas documentos que registram a petulância e a injustiça de regimes e governantes tirânicos."
Neste ponto o diretor de "A Estrada", John Hillcoat, pela associação que fazemos aqui, entre estas produções podem estar de acordo, filme e livro fazem jus a dimensão política da condição humana de que ter compartilhada sua existência significa sofrer a necessária escolha de ser livre para se livrar dos preconceitos. O conflito que encontramos nos sobreviventes do holocausto, e que aparecem nos filmes de horror colocam-nos diante de uma determinada humanidade que muitas vezes temos esquecido. Os preconceitos, bem como o valor de um princípio, quando ouvimos apenas a fala do "filho", durante os momentos mais decisivos da pequena história destas vítimas de um cataclísma global, são indícios de que aqueles mundo "já se encontravam separados", este é o derradeiro drama vivido peço cinéfilo, ou mesmo um leitor desatento. E eles se escondem nas armadilhas da qual acreditarmos, de que sabemos "o que fazer" em situações limitrófes.
Os melhores filmes são aqueles que, volta e meia, assistimos novamente. "A Estrada" é um destes casos raros. A medida que voltamos a assistitr filme, podemos notar outras entradas, através das quais podemos observar a matiz de angústia que atrevessa a história dos dois peregrinos em busca de segurança, e assim, nos atentar para os verdadeiros limites dos quais fala o tempo do filme, aquela que é a fina camada entre a razão e a loucura. Neste e no outro mundo.

Somos como aquelas velhas e secas arvores da floresta, que desabam quando o solo já não pode nos oferecer mais os nutrientes de nossa vida significativa. O fino suporte de nossa subsistência psíquica arremeda diante da vida frente a natureza em estado bruto, não há Deus a que recorrer, como diz MacCarthy e "aparência do mundo" esta desnuda. Fica evidênte o seu canibalismo. Não se trata, pois de uma obra sobre catástrofe, mas da experiência humana diante da impotência quando "tudo" não significa mais nada; a verdadeira tragédia do homem é a perda da sua humanidade, o fio que nos sustenta está ali diante de nossos olhos, e leva a nossa "chama": como diz o pai do garoto: "Sabia apenas que a criança era a sua garantia. Disse: - Se ele não é a palavra de Deus. Deus nunca falou".

Uma aluna saí da sala aonde passa o filme. Peço que ela seja forte, ela retorna, cabisbaixa. Penso nas palavras do autor, "o meu mundo inteiro no seu", sua chama desapareceu atrás da porta no escuro da sala. Fico em pé olhando o pátio, alguns alunos sentados ao longe conversam na sombra do muro da escola.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

mind

estava pensando...




não estariamos mais todos perdidos?

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> e se.....................

estivéssemos? todos completamente perdidos. Não é dessa maneira que vemos o mundo, talvez, com um pouco de descaso com alguns temas very important. como?


....precisamos todos pensar. Talvez apenas não compreendemos a ordem...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A forma



Nada posso dizer da fama da Forma.
Nem me refiro a suas doceis sonoridades,
Nada posso dizer sobre a forma,
Compasso de espera para a norma, não conheço!
Nada pude dizer sobre a dobra, daquela que estoura os meus ouvidos,
Tem índices de prosalitismos, tudo bem, ignoro!
Nada podem dizer mais que a forma,
A forma informa: tem conteúdo?!
Nada mais além, ela in-forma
Creiam, é só um monte de pús!
...
Nada falei da forma, massa informe de perfeitas e confinadas mentiras.
Paris, Tókio, Praga, Buenos Aires, Chicago, lá esta ela, transitando pelas ruas, entre neon...
Olhem a forma. A perfeita e harmoniosa musa dos ritos de passagem, já agora desvirginada!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Seus olhos

o fuso dos olhos é tão louco.
Dele, diz-se apenas aquilo - se passou diante dos olhos é mundo, é mundo seu.

Não podemos então lhe dirigir uma única palavra - já não tem palavra,
apenas
a dor no peito,
o peso dos ombros (coletes a prova de bala?) largo. Um pulso fechado nas horas cegas de um relógio. Sem frentes...

Outro, ele poderia ser! Mas apenas sorri - seus dentes lajos não mentem - esta espécie de extânse profundo. Ele...
Mas outros olhos, só lâminas, desce e despede as camadas de pele! Enganam-se... é só lhes observar, nada vêem!




Abrimos em sua direção e de suas costelas (agora range os dentes) - alvas torres de marfim são sinais (sinas?), demonstram alguma espécie de fé? E o outro, agora menos vê...

Atingem agora uma cor magenta, seus olhos.

Brilho opaco no concreto de vigas, à mostra a sua sombra - indelével - desaparece na armação.
Cobre o rosto de véu transparente, antes turvam as pálpebras, para melhor ver as noites, ser amada, entre-entre outros ofusca um, são elas, pintura eternas.

Ele,nem entanto, louco. Desaparece...

sábado, 10 de abril de 2010

o não porque das coisas

momentos raros e rarefeitos assim,
onde pensar e sentir indiferenciam-se sem causa própria, ou desgostam de ter de se explicar,

abro enfim, se elas se abrem não sei... evito o ruído das polainas, mas

vou ao silêncio das palavras e levanto-me contra o inefável, a garrafa ao lado esvasia-se do nada - farto de não sentir, desce aguardente entre minhas entranhas!

posso?

na rarefação desse esperar por mais (des)-prazeres, apenas a música completa o tons acres e doces desse abalo...

por firmeza e descaso sempre se voltam ao nada, e um ruído sem graça cisma, mas já não faz parte de nenhum poema, apenas.

Agora, entre os dedilhados preto-brancos desse quadro - mentira! - jogo o jogo, antes que as cortinas caiam pesadamente sobre estas inúteis e falsas cenas! O dizer, não mais, não mais! Mas sua respiração aberta - Ouço!

e você desdenha, você ignora, você esquece, aquela a quem lhe acolheu no vazio da inexistência... desiste e pronto, já é o frenético jogo, o tesão que inspira e desaparece, não sou mais!

Passo...

sábado, 25 de abril de 2009

Na Torre

ACABOU O GELO!

...inferno na torre, noite adentro ancoram os maus, hoje não é diferente, o som da cidade penetra os tubos do além. Vamos todos morrer... vamos ...
vamos viver o agora!

a saliva saliva a febre alcança. O rio cansa, e morre, morto antes do mar... propaganda?

voltam os bodes, burros e parvos. Voltam os inocentes, e os sem dentes, sorriem todos, é o fim!

Pronto! Basta! Tou fora... seus braços finos e magros deslizam pela cintilante cidade, vamos?

Percebo o ódio, ele é meu guia, acabou a cena. FIM