quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Perfume

Qual a raiz da palavra perfume?


Alguém sabe, eu não sei, mas ela tem um perfume francês... Senão, como explicar este denso bouquet que enebria a mente dos homens, quando ela flana pela porta adentro e minha mente se mistura a da multidão?

Oh, doce pele que recebeste as borrifadas secretas de Válise então como compreeder tal combinação? Ele, o perfume, ela a pele. Nós, sua audiência turbinada de emoções, que esperamos este momento mágico quando ela passa descendo a escada em caracól desse Teatro.

Bom, a pele guarda a memória de todos os perfumes e poucos foram os afortunados, um ou outro, que no seio da amada esperou e desceu esta cornucópia de sentidos espirituais. Se disserem que estavam sonhando acredite; ontem quando adentrei seus lençóis senti algo profundo, embalado pela suas lânguidas mãos encontrei em seus sortilégios um caminhar de ponta a ponta na memória de sua pele, camadas, cherando, fungando, aprofundando meus sentidos, senti, abriu como fossem portas celestiais, de tempos, desde moça, bem moçinha todos os seus perfuminhos, ah, estou louco pensei, mas ela em delírio com seus olhos me acompanhavam noite adentro entregando-me seus fartos seios e abrindo os portos de meus intenso sentidos...

... fui, dirá o nosso nariz andarilho, chave e segredo de um desejo imantado de flores e perfumes primaveris, e agora, com toda esta chuva, um cheiro ocre de terra levanta poeira no terreno atrás de casa anunciando o verão; e a memória da pele dela continua na membrana de minha memória, como um cão eu sofro, de longe, na porta entre-aberta.

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