sábado, 10 de abril de 2010

o não porque das coisas

momentos raros e rarefeitos assim,
onde pensar e sentir indiferenciam-se sem causa própria, ou desgostam de ter de se explicar,

abro enfim, se elas se abrem não sei... evito o ruído das polainas, mas

vou ao silêncio das palavras e levanto-me contra o inefável, a garrafa ao lado esvasia-se do nada - farto de não sentir, desce aguardente entre minhas entranhas!

posso?

na rarefação desse esperar por mais (des)-prazeres, apenas a música completa o tons acres e doces desse abalo...

por firmeza e descaso sempre se voltam ao nada, e um ruído sem graça cisma, mas já não faz parte de nenhum poema, apenas.

Agora, entre os dedilhados preto-brancos desse quadro - mentira! - jogo o jogo, antes que as cortinas caiam pesadamente sobre estas inúteis e falsas cenas! O dizer, não mais, não mais! Mas sua respiração aberta - Ouço!

e você desdenha, você ignora, você esquece, aquela a quem lhe acolheu no vazio da inexistência... desiste e pronto, já é o frenético jogo, o tesão que inspira e desaparece, não sou mais!

Passo...